No relacionamento de casal existe um sutil equilíbrio entre "pecado-culpa" e "perdão-inocência".
Sempre que um parceiro faz algo que gera dano ao outro, mesmo que de forma involuntária, se instala o desequilíbrio. Na nossa cultura e moral "judaico-cristã" vem logo a ideia do perdão. Acontece que "perdão", da forma como acontece, gera ainda mais desequilíbrio na relação.
Explico: quando causo um dano a alguém e, na sequência espero ser perdoado, estou devolvendo para o outro a responsabilidade de resolver o dano que causei. Além de ser uma solução pesada, a relação fica ainda mais desigual, pois fico privada de minha dignidade, uma vez que transfiro para o outro a solução, enquanto o outro torna-se generoso e magnânimo.
Dependendo da gravidade do dano, essa solução e esses desequilíbrio e peso, não raro decretam o fim da relação.
Segundo Bert Hellinger, e o que observamos no campo, é que um pequeno "revide" por parte de quem sofreu o dano é muito mais sanador do que o "santo perdão".
O que então pode vir a ser uma solução?
Um revide é uma compensação.
O revide, sempre com a perspectiva da manutenção do relacionamento, deve ser sempre menor que o dano original, quase simbólico, se possível, só pra demonstrar o desconforto. Já a compensação é com quem cometeu o dano. Esse deve se esforçar para compensar o parceiro, de acordo com a conveniência dele, o parceiro.
É importante que o parceiro "ofendido" não exija demais e aceite a compensação.
Acerto de contas feito, não se fala mais no assunto.
Vida que segue!
Texto: Graça Guerra - Terapeuta de Constelação Familiar l Parceira Arkamatra
Contato: (61)9997-62965